segunda-feira, 11 de março de 2013


E a vida é perfeita aos olhos dos outros.
Vida de comercial de margarina, com direito a café da manhã com sol entrando pela janela e até um cachorro sempre de banho tomado e cheiroso.

"todo dia ela faz tudo sempre igual, me acorda as 6 horas da manhã..."

Aos olhos de um bom observador, os problemas existem, aos olhos dos que querem pão e circo, eles reclamam de barriga cheia, aos olhos deles mesmos, a rotina se faz presente.

"todo dia ela diz que é pra eu me cuidar, essas coisas que diz toda mulher..."

Tem dia que ela vence. Rotina chata de dorme e acorda, de faz almoço e lava louça, do 'se cuida' da boca pra fora

"todo dia eu só penso em poder parar, meio dia eu só penso em dizer não..."

A vida perfeita cansa, só de imaginar-se perfeita. Não tem como sustentar um compromisso com os sorrisos.

"toda noite ela diz pra eu não me afastar, meia noite ela jura eterno amor..."

As repetições baratas se encarregam pelo desgaste e as qualidades se omitem.
Somente os defeitos importam, dane-se o resto.

"e me aperta pra eu quase sufocar, e me morde com a boca de pavor..."

Então, chega a hora de rever o comercial.
O pão tá amanhecido. A manhã nublada e o cachorro com cheiro de baconzitos.
O que passa aos olhos dos outros é totalmente dispensável.
(seria tão mais fácil se fosse assim desde sempre)
A vida se resume a dois.
E a eles, cabem os olhos do observador.
Pôr na balança.
Sacodir a poeira.
E continuar o caminho.

Texto meu, com a colaboração, quem diria, de Chico chatopracacete Buarque.
Caso verídico aqui, aí e em qualquer lugar onde vive mais de um.

Um comentário:

K disse...

repostando pq o coments sumiu:
Chico chato pra cacete foi o melhor! Afff... tá com ele ficou até mais fácil, quer dizer, quem disse que seria fácil? bóra cumadre, tentar rir desse fatídico dia-a dia! beijão